Trova de um rio triste
Pergunto ao rio que corre
Porque está triste e infeliz
Por muito que perguntemos
O rio nada nos diz.
Ao percorrermos as margens
Quer para cima, quer para baixo
Pobre rio que anda triste
Sempre e sempre, cabisbaixo.
Rio que sofre em silêncio
Sem fazer grande alarido
Porque outros rios maiores
Já fazem, muito ruído.
Rio pequeno sem força
Com caudal pouco profundo
Já pouca importância tem
Para poder gritar só mundo.
Outros rios com mais força
Com muitos afluentes
Juntaram as suas águas
São agora imponentes!
Pobre rio que é pequeno
E sem força para lutar
Olha triste para as margens
Pois só lhe resta chorar...
Gilberto Fernandes