PROFESSOR SABIÁ
Enquanto contava estrelas
Brilhantes na madrugada
Ouvi o sabiá cantando
Na árvore da minha calçada
Cantava num tom viril
Uma melodia de enobrecer
Sabia ser o único capaz
De seduzir seu bem-querer
Pedi que me ensinasse
A compor uma canção
Que me tire finalmente
Do ninho da solidão
Revelou em três notas breves
Um ritual certeiro
Que repetido no coração
Atrairá o amor verdadeiro
Que eu cante a plenos pulmões
Para que me ouça minha donzela
Que demonstre no refrão
Meu desejo de estar com ela
Sabiá me disse ainda
“Seja sempre um bom amante
Expresse sempre sua paixão
Com a lua ainda no céu brilhante”
Ao acordar do meu sonho
Quis agradecer meu professor
Mas o sabiá já não cantava
Foi dormir com seu amor
Sabiá das laranjeiras
Dos pomares, da alvorada
Do Brasil, de todas as matas
Sabiá da minha calçada