RINALDOS
Dedicado ao amigo Rui, irmão de sangue
I
RINALDO DESAPARECIDO
Me pergunto por que faço isso
Se acabo sempre infeliz
Quanto mais tempo omisso
Mais desapareço como pó de giz
A máscara que construí para mim
Me transforma em alguém que não sou
É uma armadilha. Eu sei, sim!
Sou a presa que não se safou
Sei que o orgulho é o vilão
Me aprisiona neste jeito de ser
Sou fraco. Não sei dizer “Não!”
Molda meus atos a seu bel-prazer
Não sei como desfazer o que está feito
A todos causo repulsa
Como tirar esta angústia do peito?!
Como este demônio se expulsa?!
Sei que é só voltar a sorrir
É simples. Sei que consigo!
Preciso voltar a existir
Me despir desta pele de inimigo
Fazer emergir lá do fundo
O sorriso um dia engolido
Arrancar esta máscara de moribundo
E dar à luz o Rinaldo desaparecido
II
RINALDO APARECIDO
Renasci em apenas um dia
Graças à sincronicidade
Preenchi minh’alma quase vazia
Com recarga de amor e amizade
Como fazer, eu sabia de cor
Bastava a energia do lugar certo
Ser levado por força maior
A encontrar o caminho pr’á sair do deserto
E o caminho é o sorriso
Esta entidade que ilumina ambientes
Quando invocá-la for preciso
Basta uma sessão de expressões sorridentes
Já pratiquei esta terapia
Comprovei que dá resultado
Posso bradar com garantia:
“Estou finalmente curado!”