COLIBRI

No beiral da minha janela...

Na alvorada, eu pressenti:

Vinha de longas distâncias,

Um cansado colibri.

Vinha buscar primaveras...

Flores!-que só tem aqui!

No beiral da minha janela,

Um cansado colibri.

Encontrou flores de Maio,

Que pendiam ao beiral...

Bebericou o orvalho

Nas orquídeas do quintal.

Entre nuvens sorrateiras,

Uma dança teatral!

Estações são tão brejeiras,

Mas beleza...é atemporal!

No beiral da minha janela...

Na alvorada...eu pressenti

Uma nova aquarela,

É primavera...por aqui!

Então, deve ser por isso...

Que eu me chamo Mavi!

Já não tenho o mesmo viço...

Mas rimo com colibrí!