Uma virgula da história.
Ao lado de um velho dicionario
Um óculos e uma caneta de ouro
Como velhas peças de um relicario
Estão bem longe de ser um tesouro.
Um papel e o rascunho de uma poesia
Amarelado e deixado sobre a mesa
Exaltando a amizade e a alegria
E falando do amor e sua realeza.
Um relógio acusando onze e cinco
Momento que marcou o fim de uma festa
O fim de alguem que escrevia com afinco
Versos poesias e rimas que ninguem contesta.
Quantas vezes este poeta foi confundido
Com coisas que jamais quis ou pensou ser
Diversos momentos ameaçados e agredido
Por não entenderem o que ele queria dizer.
Mas a sua caneta nunca parou
Enquanto DEUS a ele deu vida
Disse e escreveu tudo o que pensou
E deixou verdade em sua poesia refletida.
A vida continuará e o mundo não para
Outros poetas virão e este será esquecido
Se em alguma parte do mundo alguem não depara
Com uma frase singella que ele tenha escrevido.
Sem a mão deste poeta pra guiar
Esta caneta é um instrumento sem valia
Sem os olhos do poeta os óculos não vão enxergar
E o peso do seu ouro só se reflete na poesia.
Pode doar tudo que era dele a um museu
Alegando resguardar sua memória
Mas acredite que este belo gesto teu
Não muda uma virgula da história.
Eu queria ser entendido enquanto vivo
Que se sentasse do meu lado e falasse
E eu te responderia em um tom ativo
Tudo que escrevi não foi pra que teu ego se calasse.