Uma virgula da história.

Ao lado de um velho dicionario

Um óculos e uma caneta de ouro

Como velhas peças de um relicario

Estão bem longe de ser um tesouro.

Um papel e o rascunho de uma poesia

Amarelado e deixado sobre a mesa

Exaltando a amizade e a alegria

E falando do amor e sua realeza.

Um relógio acusando onze e cinco

Momento que marcou o fim de uma festa

O fim de alguem que escrevia com afinco

Versos poesias e rimas que ninguem contesta.

Quantas vezes este poeta foi confundido

Com coisas que jamais quis ou pensou ser

Diversos momentos ameaçados e agredido

Por não entenderem o que ele queria dizer.

Mas a sua caneta nunca parou

Enquanto DEUS a ele deu vida

Disse e escreveu tudo o que pensou

E deixou verdade em sua poesia refletida.

A vida continuará e o mundo não para

Outros poetas virão e este será esquecido

Se em alguma parte do mundo alguem não depara

Com uma frase singella que ele tenha escrevido.

Sem a mão deste poeta pra guiar

Esta caneta é um instrumento sem valia

Sem os olhos do poeta os óculos não vão enxergar

E o peso do seu ouro só se reflete na poesia.

Pode doar tudo que era dele a um museu

Alegando resguardar sua memória

Mas acredite que este belo gesto teu

Não muda uma virgula da história.

Eu queria ser entendido enquanto vivo

Que se sentasse do meu lado e falasse

E eu te responderia em um tom ativo

Tudo que escrevi não foi pra que teu ego se calasse.

Pedro Nogueira
Enviado por Pedro Nogueira em 01/08/2007
Código do texto: T588460
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