TROVAS DO MEU VERÃO

“Apesar de tudo, é hora de cantar”

As minhas trovas de verão

São trovas de amor ardente,

Cantadas a toda a gente

Que eu tenho no coração.

Quero que sejam canção

Neste claro sol-nascer

E, no sol-posto, irei ver

As minhas trovas de verão.

Trouxe comigo pendente

A minha viola saudade

E, cantadas por vaidade,

São trovas de amor ardente.

Quem canta é porque sente

Dentro da alma o calor

São trovas de grão primor,

Cantadas a toda a gente.

Cantarei co´ a emoção

Que jorra dos meus sentidos

Ao ritmo de versos vividos

Que eu tenho no coração.

Sou um navio atracado

Que espera por ti no cais,

Receando que não voltes mais

Eu te canto apaixonado.

Com remos da alma de mim,

Quer me exulte ou condoa,

Partirei numa canoa

Em noite de luar sem fim.

Um trovador que se preza

Ao ver sua musa perdida

Neste mar revolto da vida

Sua alma deixará presa.

Tenho uma sede danada

De água corrente e clara

Minha pena trovas dispara

Desde a alta madrugada.

Sou trovador e estou pronto

Em cada hora a trovar

E pra que possas jubilar

Aqui me achas de apronto.

Se outros amigos houver,

Que queiram participar,

Diz-lhes, musa, que há lugar

E não há tempo a perder.

E neste mar de sequidão

Com tal ardor que me enlaça

Direi à sombra que passa

Como á belo este Verão!

Frassino Machado

In TROVAS DO QUOTIDIANO

FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 25/07/2016
Reeditado em 30/08/2022
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