TROVAS IV
16
Nada é fácil nessa vida,
Nada vem de “mão beijada”,
Vem do suor da tua lida,
Vem dos calos dessa estrada.
17
Quem espera sempre alcança?
Às vezes vai à falência.
Quem se desloca e avança
É que tem a preferência.
18
Quando eu – já sem confiança,
Desconsolado e bem triste –
Não tiver mais esperança,
O que me dirás? “_persiste!”
19
E quando já derrotado
Nessa vida tão severa,
Sem fé e desesperado,
Que me dirás? “_Persevera!”
20
Quando eu tonto de cansaço
Cair no meio da rua,
Sem poder dar mais um passo,
Que me dirás? “_Continua!”
21
E quando restar-me nada
Mais do que a morte bendita?
Nessa hora tão sagrada,
Que me dirás? “_ Acredita!”