ARANHA e sua teia
 
Minha casa é criticada,
Porque tem teia de aranha;
É uma obra confeccionada,
Que eu acho uma façanha.
 
Um bicho de dois centímetros,
Da aula de engenharia;
Uma teia de muitos metros,
Presa na alvenaria.
 
A faxineira a tirou,
Mas não matou a aranha;
Ela apenas mostrou,
O que estava em sua entranha.
 
Durante a noite refez,
Tudo, tudo outra vez;
Me mostrou uma vontade,
Além de capacidade.
 
A sua tenacidade,
Me deixou envergonhado;
E a minha ruindade,
Em seu fã admirado.
 
Hoje é minha amiga,
Com sua obra de arte;
Minha casa a abriga,
O telhado é sua parte.
 
Quando invade meu espaço,
Corto a teia no limite;
Sem fazer estardalhaço,
A convivência, existe.