MARCAS DA SOLIDÃO
Ao ver a alma em pranto
E sentir vazio o coração
Deixo cair dos meus olhos
Mornas gotas de solidão
Ao vagar pelas ruas
Perdido na imensidão
Carrego por entre ela
O peso da solidão
Embrenhado no jardim da vida
Admirando a flor em botão
Embevecido passo as horas
Com o perfume da solidão
Entre as quatros paredes
da vida em mutação
Só ouço o bater das asas
São as asas da solidão
Olho pro céu e vejo
Tantas nuvens na imensidão
Pra mim é somente nuvens
Brancas nuvens de solidão
No banco do tempo eu fico
vendo o tempo passar em vão
Só não vejo passar com ele
Indo embora a solidão
As belas linhas da vida
Marcadas todas estão
Só borrachas de amor apagam
Os rabiscos da solidão ...
JOSÉ BRAZ DA COSTA