Eu já falei.

Eu já falei de neblina, de fumaça e de fogo

De morte de vida e de um jogo

Tambem da lavoura do sorgo

E da alegia de um sogro

Pelo seu netinho esperado

Eu já falei de mar e de porto

Que eu sou contra o aborto

Falei de miséria e de conforto

E que este mundo anda torto

E está caminhando errado.

Já falei do que a alma não se conforma

Falei de flores de cores e de formas

E da corrupção que te deforma

E a fé sincera que o que é velho reforma

Já comentei sobre o prafano e o sagrado

Já falei da dor amarga de um pranto

De quem sofre só por amar tanto

Das coisas com as quais me encanto

E do mais suave dos cantos

De um coração apaixonado.

Já falei sobre feitiço e magia

Das tardes da noite e do dia

Do brilho do sol que irradia

Que iluminado contagia

O tão belo azul do infinito

Já falei do Rio Grande do Sul

Do norte leste oeste e o sul

E disse sobre o cruzeiro do sul

E falei feliz de um azul

De dois olhos tão bonitos.

Falei de história mal resolvida

Da grande massa podre e falida

E da missão que deve ser cumprida

Doida e atormentando a vida

Com a suas crueis exigencias

Já falei da saudade que não presta

E do tempo de vida que me resta

De coisas que o sistema contesta

E deste humilde coração em festa

Alegre e louvando a existencia.

Eu já falei até de estatistica

Não busco aplausos mas aplaudo a critica

Se ela te faz bem isso já justifica

Nem a minha alma de poeta não explica

Se eu faço ou fiz a coisa correta

Se achas que nada que escrevo coincide

Ou que a minha poesia talves te agride

E por isso eu te faria um raivoso revide

Acho bom que de nada disso duvide

Substituo voce e tudo isso por uma caneta.

Pedro Nogueira
Enviado por Pedro Nogueira em 17/05/2007
Código do texto: T491143
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