A MATANÇA DOS INOCENTES
“Balada de Gazah”
Estrelejam roquetes pelo ar
E há rebentamentos frementes
Nesta matança de inocentes
Com gemidos em cada lar.
São muitas as vidas ceifadas
Por um orgulho empedernido
Num futuro comprometido
De tempestuosas madrugadas.
Ouvem-se sirenes e sinos,
Ambulâncias em contra-voz,
Mas também um silêncio atroz
Entre todos os assassinos.
Há culpados de parte a parte,
Desalmados a esmo servis,
E há rostos com negro verniz
Sem ter piedade nem arte.
Vão duzentos anos de Luzes
Em oito gerações de idades
Mas em vez de fraternidades
Renascem os ódios e as cruzes.
Em Gazah há gritos continuados
Imperam a vergonha e a farsa
De Humanidade só desgraça
Por labirintos esburacados.
Ninguém dá a mão à palmatória
Que o rastilho é muito profundo
Não está dentro, mas no mundo,
A razão que é mais que notória!
Frassino Machado
In ODISSEIA DA ALMA