MEU EU
Sou como estrela no céu
que some ao amanhecer,
só folha de branco papel
onde ninguém vai escrever
Como folha esvoaço
e, súbito, desapareço,
se me pisam, despedaço,
o simples pó branco do gesso
Talvez eu seja ilusão,
talvez sonho, pesadelo,
resquício, trecho, da canção,
só água tornada gelo
Não lembro se eu já sorri,
quiçá me tornei saudade,
nem recordo mais se vivi
não sou mais realidade
Em mim mesmo tô perdido,
a bala atingiu-me no ar,
um pássaro abatido
chamado tão-só Gilbamar