Trovas que rasgam a carne

01

Só me quebro por amor;

Meu remédio é me jogar

nos seus braços sem pudor...

Nenhum “não” vai me parar.

02

A saudade me devora,

como sede em morte lenta.

Pode não matar na hora,

mas com certeza, ela tenta.

03

Deus ouviu a minha prece,

trazendo-me amor eterno.

Como o sol que, enfim, me aquece

depois de tão triste inverno!

04

Um alcatraz de maldade,

Toda tarde o sol me traz.

Sonho não traz amizade,

só saudade e dor mordaz.

05

Meu canto não trouxe vento;

sem alento, eu sofro tanto!

Sou vizinho do tormento,

do sofrimento e do pranto.

(Ritemar Pereira)