PRISIONEIRA



Escrevo para afugentar a dor
Que me persegue desde a aurora
Na esperança de exorcizar
Esse carma que me corroí a alma

Há dias que o sol aquece
Com seu calor o coração
O meu corpo todo agradece
Inclinando-se em louvação

Assim quando só me encontro
Em meu quarto ou na multidão
Eu penso num céu de estrelas
A iluminar-me na escuridão

As trevas nem sempre são
Momentos de escuridão
Às vezes a luz se apaga
Mas a gente acende o lampião

O que não tem mesmo saída
É a dor de uma saudade
Não há remédio que cure
É como pássaro no cárcere.