CORAÇÃO BATE SEM CAUSA.

Somos frutos da amizade,

E esta nasce do apego,

No meio das calamidades,

Amigos nos dão sossego.

Bebida me faz afoito,

Me tira da consciência,

A água logo eu acoito,

Questão de inteligência.

O amor é controverso,

Já te deu o que podia,

Mas tu deseja é sucesso,

Buscas noutra freguesia.

Sonhar contigo desejo,

Querendo ir mas alem,

E numa troca de beijos,

Eu quero ser teu refém.

O clarão foi abrangente,

Um raio emudeceu-me,

Quando o trovão anunciou,

A comunidade enfureceu.

A promessa foi me feita,

Pelo senhor do universo,

Mais esta vida é estreita,

Tanta aflição me estressa.

Deixa o gosto dele vivo,

Na tua boca faminta,

Depois volta com apetite,

Te beija mais forte ainda.

Coração bate sem causa,

Por continência ao vivente,

Quando se apaixona morre,

Ó triste sina deprimente.

Sai o corpo cadavérico,

Nasce a alma renovada,

Perde-se o valor estético,

Ganha-se nova morada.

Tendo o céu a meu alcance,

Busco nele meus encantos,

E debelo os meus prantos,

Na suavidade de meu canto.

Luso poemas 27/07/13