Tenho certeza que sou,
Um péssimo caridoso;
Todos veem quando dou,
Pois eu mostro bem vaidoso.

Esta vaidade orgulhosa,
Condenada por Jesus;
Sempre achei maravilhosa,
Torna pesada minha cruz.

Não havia percebido,
O quanto me empolgava;
No evangelho hoje lido,
A carapuça entrava.

Mais um pecado que tenho,
Pesando na consciência;
Pra modificá-lo venho,
Pedir a Deus mais paciência.

Tenho que correr bastante,
Recuperar o perdido;
Mudar daqui em diante,
E deixar de ser bandido.

Se o aplauso não vier,
É por que não mereci;
Vou continuar se quizer,
Mas não por causa do bis.

Todos gostam de elogio,
Naquilo que faz bem feito;
Pois aumenta o prestigio,
Chega perto do perfeito.

Por exemplo no Recanto,
Todos querem comentários;
Elogiando seu talento,
Como se fosse sacrário.

Claro que quero visitas,
Em tudo que eu escrevo;
Por mais que não admita,
Com comentários me enlevo.

O que eu quero dizer,
É que não posso deixar;
Que a vaidade venha ser,
Sempre primeiro lugar.

A vaidade cria egos,
Pretenciosos por demais;
Chega até nos tornar cegos,
Tão cultos e tão boçais.