T E M P E R A T U R A S !
"Como não invocar,
sobretudo, o exercício
do poema, sua prática,
sua lânguida horti-
cultura? Pois estações
há, do poema, como
da flor, ou como
no amor dos cães;"
(João Cabral de Melo Neto)
TEMPERATURAS!
E no verão que faz calor
Não tenho ar-condicionado
Basta os sopros do meu amor
Pra qu'eu fique refrescado!
No outono que sopra o vento
Varrendo as folhas do chão
Esse mimar é o alento
Que me renova a paixão!
E no inverno que faz frio
Sabe o que a gente inventa?
Manipulo-a com arrepio...
Daí o seu corpo me esquenta!
E na primavera em jardim
Sabe então o que acontece?
Quando a flor se doa a mim
Dou o amor que ela merece!
Nariz que cheira e prova
Língua no céu do paladar
Dedos que escrevem a trova
Pra minha amada degustar!
06/07/2012 - DILSON - NATAL/RN.