TROVAS PARA MINHA MÃE
NA MADRUGADA DE 01 DE DEZEMBRO DE 2013
Mãe, eu longe de ser-te a melhor filha,
tenho feito o que posso, o que consigo.
Eu te peço perdão por ser tão pouco
e eu tão parca; mas, conta comigo.
Nós não vivemos no melhor dos mundos
porque parca e pouca, sonhei outros
sonhos, que se fizeram cegos, mudos,
e culpas não te cabem, mãe, por isso.
Eu sei que a vida passa, vai passando,
da alma, os cabelos branqueando,
nossas pernas inermes, os silêncios,
os que não nos sabem e aos nossos ermos.
Perdoa-me, mãe; eu caibo, ah, tão pouco
entre as paredes que nos determinam.
Inda que parca e pouca, permaneço.
Nunca te esqueças, mãe: cumpro o que digo.