Lamentos Na Meia-Noite

Aurora que nasce do chão sangrado da guerra,

Me traz de volta o jeito de amar esta terra.

Me faça de novo querer viver em paz e amor,

Me faça ter coragem para matar a dor.

Me traga a princesa mais linda e amorosa,

Para que com ela eu possa casar e ter amor.

Me faça mergulhar num rio profundo,

E debaixo das aguas respirar.

Me mate se for preciso para alimentar a terra,

E com ele nascer violetas...

Deite-se amada,

Recupere-se da tormenta do mar,

As ondas te machucaram,

As pedras te magoaram,

Mas agoras estás em meu braços e em meu colo

Sinta-os

E durma pois amanhã sera seu dia...

Olho dentro dos seus olhos

E vejo o que não queria ver...

A escura vida e tenra dor que estais escondendo de mim...

Olhe fundo nos meus olhos

E vejo o quão é grande meu amor...

Não tenhas medo

Venha para meus braços e enfim, a mim,

Possas amar sem medo...

Decadentes são os seres que não sabem amar direito...

Então amem de esquerdo...

Se não andam...corram...

Se não correm..voem...

Mas amem pois nada

Tem de melhor que ter um alguém te dizendo todo dia...

O mar de onde viestes era pequeno demais para lhe acolher

Mas quando tirei você dele

Ele sangrou até morrer...

Assim serei se você algum dia partir,

Como o mar que te fez nascer se tirar você de mim,

Eu irei morrer...

Queria ser belo para desfilar ao vosso lado...

Queria mostrar meu rosto para com você mostrar beleza...

Queria realmente ser uma deus para que contigo

Formasse o mais belo par a andar sobre esta terra...

O mandar dos deuses não é nada comparado ao vosso olhar ameaçador

Por isso prefiro ter vosso olhar zangado sobre mim

Que sua ausência...

Olhando para os lados...

Vejo o oceano que és e do outro o abismo que sou...

Me sinto vazio...

Mas se tu arrastar vosso oceano até meu abismo...

O vazio da garganta do diabo se fechara...

As suas águas em mim vão preencher o vazio que aqui reinava...

Agora não tenho mais medo pois tenho você comigo...

Meu amor, minha bela, minha Lady...minha eterna deusa...

Não há prisão que te esconda ou te prenda...

Não há escuridão que te rebaixe...

Se tu fosses o oceano...

Eu poderia, sem exitar,

Perder o resto da minha tola vida

Navegando sobre seu imenso corpo...

Meu pequeno barco seria simples

Pois na primeira tempestade...

Eu iria ser tragado por ti...

Na sua violenta onda

Eu seria arremessado aos céus

E voltaria com um grande ar de satisfação....de vida completa...

E poderia morrer em vossos braços mortais...

E no seu leito azul profundo...

Descansar em paz no abismo de seu coração...

Lá no escuro.......onde ninguém possa ir.........ninguém..........

Imagine...um lugar tão escuro quanto o vosso coração agora...

O vento gélido cortante na pele,

O céu meio que tempestuoso,

O ar rústico...é assim o lugar onde moro...

Mas é ali que vós me visita...

Eu ali deitado em uma tumba de pedra medieval,

Meu corpo está exposto ao ar,

Mas ainda não estou em decomposição,

Pois não estou morto,

Apenas durmo profundamente um coma de solidão...

Minha Deusa se faz ao meu lado sentado se encostando em minha espada,

Olhando para os lados como uma sentinela

Mas na verdade, ela lembrava de minhas palavras de dor...

Que do nada se apagaram...

Parece que vou acordar a qualquer instante,

Mas minha espada esta com o fio mais cortante do que antes...

Acho que ele esta na verdade esperando que eu acorde...

Para que possa então me matar...

Para que ela, eu não possa mais fazer sofrer...

Bom...assim que eu acordar...

Cravarei minha espada em meu peito

E deixarei o sangue escorrer e lavar a terra...

Pois dele quem sabe nascerá um fruto melhor...

Por uma estrada desértica eu andava...

Sozinho com meu companheiro:

O lobo da maldição destruidora...

Eu queria um dia deixá-lo longe de mim...

Queria ficar longe daqueles olhos ferozes e brilhantes ao cair da noite...

Mas uma Lady apareceu e o acalmou...

Esse lobo já não me faz mais medo nem companhia...

Seu nome é...

Não pronuncio, pois ele somente pode dizer...

Caminhava por um vale cheio de névoas

Ao som dum canto sombrio da coruja negra...

Senhor da escuridão eu não sou...

Mas nada me fará mal aqui...

Pois possuo as chaves de tal lugar...

Ela se esconde entre as névoas vigiando meu passeio noturno...

Pois a qualquer movimento estranho...

Ela ataca...

Minha Deusa, proteja-me sempre,

Pois me solto em vossos braços para que em seu colo eu possa repousar...

Se meu sono for longo...deite-se sobre minha cama de pedra e durma comigo...

Ame a mim...em morte como amou em vida...

Mas nunca pare vosso destino por causa de uma reles alma perdida....

Eu te amo minha adorada filha da noite...sua espada não me fere...

Passo meus dedos sobre o fio dela e ela não me corta...

Pois ela só fere seus oponetes

E eu não sou seu oponente...sou seu amado...

Raphael Ruthven
Enviado por Raphael Ruthven em 03/10/2013
Código do texto: T4508884
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