Que pena Margarida Silveira margale

me casei pois pensei que era bom

foi a coisa pior da minha vida

me casei com um cabra da peste

toda a sorte que eu sou decidida

quando noivo ele me chamava

vem aqui minha noiva querida

mas uns meses depois de casada

eu estou muito arrependida

no começo era beijo e abraço

não deixava a casa eu varre

mas depois me chamava de gorda

me mandava sair pra corre

me dizia com todas as letras

sabe o que eu quero faze

dois tres dias você passa fome

quatro ou cinco fica sem come

apanha quando merece

muitas vez sem merece

isso foi me causando revolta

e me dando uma coisa esquisita

me encerrei no meu quarto a pensar

e me vi muito mal nessa fita

nessa hora resolvi mudar

vou viver minha vida solita

se ele pensa que é o lampião

eu serei a Maria bonita

afiei meu facão bem afiado

esperei o gaudério chegar

tapiei um chapéu na minha testa

até grosso comecei falar

ele entrou brigando comigo

não sabia o que lhe esperava

eu larguei o facão no seu lombo

e o índio véio gritava

tu ta loca minha gatinha

por favor me diga o que eu fiz

eu so apaixonado por ti

ao te lado so um home feliz

mas eu derrubava o facão

que até era bonito de vê

índio macho aqui nas minhas mãos

ou me bate ou tem que corre

ele disse pra mim minha querida

nesse instante prometo mudar

pois voce é a mulher da minha vida

nunca mais eu vou te provocar

vamos ser igual dois pombinhos

e viver para amar e amar

mas eu estava furiosa

nada que ele estava falando

a proposta eu não aceitava

cada vez mais braba gritando

me sentindo forte e valente

me virava e sempre chutando

e numa volta que eu dei

não apanhei nem surrei

acordei tava sonhando

margale
Enviado por margale em 15/09/2013
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