Eu era...
Era eu simples carpinteiro
que o dia começava
serrando e encaixando
com mãos rudes
peças de madeira.
Eu era um carpinteiro
que lavrava
em enxó
rudes peças
que o tempo esquecera
num canto só.
Era carpinteiro
que ouvia
o som do serrote
e do martelo batendo
ao meio dia.
Eu era carpinteiro
que servia
à madeira
e a quem quer que pedia.
Não sou mais carpinteiro
de serrote ou de enxó.
Hoje sou aventureiro.
Dedilho meus dedos
sobre teclas
e o mundo inteiro
se abre aos meus olhos.
Roberto Gonçalves