VELHO CARRO DE BOI
Ouço ainda bem garrido
Um velho carro de boi
Que com seu eixo árido
Lembra o tempo que se foi.
§§
Ps. Sempre era assim. Quando a safra cá pra nós era boa, eu tinha que alugar os meus infantes ouvidos àquele barulho ensurdecedor do nosso velho caro de boi. Papai sempre me incumbia de fazer o manejo dos touros até chegarmos no campo de algodão onde era feito o carregamento de sacos do preciosos produto nos lombos de *Jupiara e Mandrião,* nossa junta de bois de primeira linha. Depois do carregamento andávamos mais de três léguas em estrada de barro e mato fechado até chegarmos a usina de beneficiamento do produto que ficava na cidade de Senador Pompeu. Depois de pesado e recebido o dinheiro por arrobas pesadas, ai era só festa. Na época o algodão aqui nos sertões do ceará era chamado de ouro branco; eis o motivo de falar que “era só festa,”pois daquele dinheiro era tirado o sustento de uma família pobre que vivia da terra e que tinha em uma boa safra motivo de festa, pois era certeza de prato farto por um bom tempo. Puxa, Cai-me lagrimas!!! será que eu era feliz e não sabia?
INTERAÇÕES POÉTICAS
i
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com minhas lembranças queridas,
em carro de boi muito andei,
no duro manejo da lida.
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ainda te ouço a melodia
que meus ouvidos invade
dia e noite, noite e dia.
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hoje em museu encostado,
relembra um tempo distante,
importante e bem lembrado"
![121456-mini.jpg](http://static.recantodasletras.com.br/imagens/fotos/121456-mini.jpg)
Naquele velho carro de boi
O dia- a -dia prossegue
Aquele belo tempo já se foi.
no seu ranger costumeiro,
levando cana à moenda,
alegra o bom fazendeiro.