Egoísta
Entre a farsa da novela
e o átimo único de amor,
prefiro ver a gamela
recheadinha de flor.
Entre o lirismo do vate
e a hostil dissimulação,
há um vil pedido de "vá-te",
engodando o coração.
Entre a síndrome do pânico
e o sorriso fotográfico
há um poder louco, titânico,
boêmio, quase fanático...
E tudo é puro egoismo,
ceticismo tão farsante;
mas na gamela há o lirismo
de um Alguém que é muito amante.