Lilases
Lilases
I
Saudade, pálido jasmim,
Meu anjo roto como os mochos,
Que abriste as asas sobre mim
Na hora triste dos poentes roxos.
II
Saudade, ó meu altar de arminho!
Ainda tem quem se recorde
De um rouxinól pelo caminho;
A morte tem o mesmo acorde...
III
Também o amor e a mocidade,
À flor do meu olhar mais triste
Ergueram ritos de Saudade,
Onde demais saudade existe.
IV
Mas o meu canto de velhinho
Será como um piar de mocho.
Que se despedisse do ninho
Em busca de um poente roxo...
QUINTINIANO