Trovas

Já postei crônica afirmando que não escrevo poesias.

Tive estes dias duas agradáveis surpresas. A primeira veio com “A lenda do miosótis”, que a minha querida amiga Carmem Velloso, revisora dos meus trabalhos maiores, acrescentou neste site literário.

A outra foi quando me deparei com uma trova do meu amigo e colega de turma na Faculdade de Direito da UFF, Eduardo Antonio de Oliveira Toledo, presidente da União Brasileira de Trovadores, UBT.

Sempre achei a trova a mais democrática forma de expressão poética de um povo. Não é qualquer um que se interessa pelo soneto alexandrino, e mesmo a grande maioria dos poetas não o sabe compor. Não acontece o mesmo com a trova, acessível às gentes e de composição repentina do autor.

A graça da trova que encontrei me animou. Vejam a sutileza:

“A saudade se embaraça

E a paixão se intensifica...

— Não pelo instante que passa,

Mas pelo instante que fica.” Eduardo Toledo

Tomei coragem:

Tantas folhas espalhadas,

Tantas flores pelo chão

Quais lágrimas derramadas,

E todas elas em vão... Jorge Sader Filho

Veio outra amiga:

Tanto tempo desperdiçado

Tantos amores perdidos

De um coração apaixonado

E sempre desiludido. Nana Okida