Ampulheta
Esther Ribeiro Gomes
Vento sopra na janela,
esvoaçando a cortina,
pôr-do-sol em aquarela,
mar dourado, purpurina!
E na ampulheta do tempo,
grãos de areia a cair,
passa a chuva, passa o vento,
ela impassível, a sorrir...
Conta as horas, devagar,
minutos são mais ligeiros,
e o relógio, sem parar,
da ampulheta é companheiro!
Grãos de areia a passar,
não param nem um momento,
e a ampulheta, a gargalhar,
sabe que é dona do tempo!
O amor passou, foi embora,
impossível segurar...
E o que me restou, agora,
saudade pra acarinhar...
Ah, ampulheta do tempo,
me legaste a solidão,
derramei teus grãos ao vento,
lembranças não levas, não!
Grata pela linda interação, querida Lena!
Sozinha sem meu amor/ Tenho por companhia a saudade/ Que faz meu coração chorar de dor/Hoje caminho buscando a felicidade. Lindas suas trovas, Esther, você é uma poetisa de talento.