Sou a cerca de bambu.

Sou a chuva de verão

Molhando a terra todinha

Sou a prata da imensidão

Que a lua espalha sozinha.

Sou a campina verde

Só uma gotinha de sereno

Onde o marimbondo mata a sede

Sou perfume sou veneno.

Sou o risco da caneta

Enchendo a branca pauta

Sou o peso da marreta

Sou o conselho que falta.

Sou a cerca de bambu

Que contorna a horta

Um laço de couro cru

A folha amarela e morta.

Sou o papel que recebe

A frase de uma oração

Sou a lontra que bebe

Agua clara do ribeirão.

Pedro Nogueira
Enviado por Pedro Nogueira em 02/12/2012
Código do texto: T4016795
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.