Me ordenando ficar calado.
Chuva branca entre a folhagem
Bem no finalzinho da tarde
Deixando mais bela a paisagem
Uma dor fininha o meu peito invade.
Queria que fosse diferente
Voltasse a ser como outrora
Mas o verso brota da mente
Comandado por um coração que chora.
Um bem-te-vi observa a piscina
Eu goticulas no vidro da janela
O canto de um sabiá determina
Que agora eu me lembre dela.
Daqui a pouco anoitece
E tudo em mim então se agita
Lagrimas meu semblante entristece
Dentro do peito um silencio grita.
A natureza parece que procura
Um lugar para o merecido repouso
E eu procurando tanto a ternura
Para esse meu coração ansioso.
Que tem pela frente uma longa noite
E acredito,com sonhos conturbados
Ouvindo os estalos de um açoite
Me ordenando ficar calado.