Um pedregulho branco.

Sou a porta de entrada

Do saguão de um hotel

Onde se hospeda a fada

Obra de um habil pincel.

Sou a saudade que dói

Sou aquel aeroporto

Sou a ferrugem que corrói

Um barco longe do porto.

Sou um longo caminho

Só uma paineira florida

O canto de um canárinho

Sou só uma alma atrevida.

Sou a escala da régua

Um ovo sobre uma mesa

Cada milimetro da légua

Que me separa da tua beleza.

Sou um pedregulho branco

Atropelado por um casco

Uma petála sobre um banco

O perfume que exala do frasco.

Pedro Nogueira
Enviado por Pedro Nogueira em 20/10/2012
Código do texto: T3943094
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