Um pedregulho branco.
Sou a porta de entrada
Do saguão de um hotel
Onde se hospeda a fada
Obra de um habil pincel.
Sou a saudade que dói
Sou aquel aeroporto
Sou a ferrugem que corrói
Um barco longe do porto.
Sou um longo caminho
Só uma paineira florida
O canto de um canárinho
Sou só uma alma atrevida.
Sou a escala da régua
Um ovo sobre uma mesa
Cada milimetro da légua
Que me separa da tua beleza.
Sou um pedregulho branco
Atropelado por um casco
Uma petála sobre um banco
O perfume que exala do frasco.