Amanheço rimando.
Saudade é um sino de bronze
Com um badalar tão triste
Seja as dez horas ou as onze
Faz lembrar o que já não existe.
Situado numa torre bem alta
Faz se ouvir bem distante
Colocando o passado em pauta
E isso só não é o bastante.
Parece até pronunciar
Palavras ditas um dia
Ressoando em cada badalar
A frase de mais uma poesia.
De longe se avista esse sino
Assim como se ouve tambem
Abrindo o bau do meu destino
Que me leva daqui pra muito alem.
Isso me faz perder o sono
E passar a noite pensando
Eu não mereço teu abandono
Por isso amanheço rimando.