Por falar sempre o que penso,
usando todas as letras,
inimigos fui fazendo,
até mesmo o capeta.

Tive uma sociedade,
que nunca devia ter,
para dizer a verdade,
osso duro de roer.

Desfazê-la dá trabalho,
muito mais do que pensei,
é como jogar baralho,
com bando fora da lei.

Os problemas vão surgindo,
as soluções mais dificeis,
estou quase desistindo,
são confusas todas leis.

Além da lei ser confusa,
a justiça é morosa,
e todo mundo abusa,
com sanha mais que ambiciosa.

Eu tenho tantos processos,
que até perdi a conta,
uma coisa eu confesso,
tanta mentira afronta.

Na idade que estou,
não tenho mais tempo hábil
de provar mesmo quem sou,
com a justiça inábil.

Tenho consciência tranquila,
que ninguém prejudiquei,
vitima de armadilha,
negativado fiquei.

Entretanto continuo,
a ser um homem de bem,
nem crédito mais possuo,
sou agora João Ninguém.

O que mesmo gostaria,
que sentença judicial,
tribunal respeitaria,
em âmbito nacional.