"DESCOMPARTILHANDO"
(Sempre pelo anti-fluxo...dos tantos fluxos).
Descompartilhando a rima:
Que não foi metrificada...
Qual poesia em esgrima
Pela sina malfadada.
Descompartilhando o sonho:
Que não foi vivificado...
Quando a ré realidade
Despertou a altos brados!
Descompartilhando a fé:
Já tão mercantilizada
Pela voz que soa ao vento
E ressoa pelo nada.
Descompartilhando o tempo:
Não universalizado!
Qual o grito dum lamento
Do que outrora foi roubado.
Descompartilhando a garra:
Que tombou paralisada,
Qual ferida em carne viva
Que não foi cicatrizada.
Descompartilhando a cor:
Desta tela realista!
Onde brota a breve flor
Sobre a Terra narcisista!
Descompartilhando a vida:
Toda informatizada...
Cujas cores em relíquia
Jaz na tela assassinada.
Descompartilhando a paz:
A que foi ludibriada
Pela virtualidade...
"Faces" tão penalizadas!
Descompartilhando a dor:
Quase sempre às escondidas
Pela virtualidade...
Dessas telas retorcidas.
Descompartilhando o amor:
Que já foi crucificado!
Pelas cruzes da vaidade
Dum Homem sentenciado.
Descompartilhando a voz:
Pelos fones de ouvido
Aonde todo mandamento
Nos é mudo, sem sentido.
Descompartilhando o ser:
Do seu ser surrealista...
Na pintura de percalços
Desses dias impressionistas!