Perereca de vidro.
Sou o trem de pouso de um jato
Voando sempre bem escondido
Sou uma pedrinha no sapato
De um corrupto enrrustido.
Sou um espinho na conciencia
E não deixo dormir o pecador
De toda beleza sou a essencia
Que tanto inspira um trovador.
Sou aquela densa neblina
Que vai turvar a tua visão
Sou uma saudade cretina
A debater com um coração.
Sou uma perereca de vidro
Perto do vaso na mesa de centro
Sou a transparencia do cilindro
Onde o cientista colocou o cuentro.
Sou a poeira que se levanta
Ao passar um roda moinho
Sou um rouxinol que canta
Almejando o teu carinho.