TROVAS! NÃO MINHAS
Vai subindo lentamente
Só assim serás alguém
Pois quem sobe de repente
Raramente sobe bem,
Nas tuas horas mais tristes
De mágoas e desenganos,
Pensa que já não existes,
Que morreste há muitos anos
Contigo em contradição,
Pode estar um grande amigo;
Duvide mais dos que estão
Sempre de acordo contigo.
Vejo a arte definida
Na forma de descrever
O bem ou o mal que a vida
Nos faz gozar ou sofrer.
Ñão és mas queres parecer.
Um santinho no altar;
Mostra ao mundo sem querer,
O que pretendes tapar.
Tu és fonte de água clara
Que deixa ver a nascente,
Porque me mostras, na cara
O que o teu coração sente.
Gosto do preto no branco,
Como costumam dizer:
Antes perder por ser franco
Do que ganhar por não ser.
So quando a hipocrisia
Cair do seu pedestal
Nascerá, dia após dia,
Um sol p´ra todos igual.
É tão engraçada a vida
Sem que a gente a veja assim
Volta ao ponto de partida
Quando está perto do fim.
Goza mais um desgraçado
Num dia de felicidade
Do que qualquer abastado
Gozando uma eternidade.
Há tão pouca coisa boa
Tanta má por boa escrita,
Que quando o bem se apregoa
Quase ninguém acredita.
Talvez paz no mundo houvesse,
embora tal não pareça,
se o coração não estivesse
tão distante da cabeça.
Que o mundo está mal,dizemos,
e vai de mal a pior;
e,afinal nada fazemos
p´ra que ele seja melhor.