PÉROLAS DE CARANANDUBA - CANTO Nº 12
VOU DIZER POR QUE ESCREVO
Vou dizer dessa atitude,
deste ofício de demente
é que faina mais decente
não me faz bem à saúde.
A CIDADE DORMITANTE
A cidade não se move
à madrugada-menina,
advém uma chuva fina –
no relógio: uma e nove.
UM HOMEM NO SEU CASEBRE
Um homem no seu casebre
feliz na simplicidade,
nunca morou na cidade,
não se curvou a essa febre.
DENTRO DA NOITE
A lua caminha errante
dentro da noite crescente,
o vento passa indolente
por sobre a maré vazante.
O POETA DESENGANADO
Da vida demais cansado
o poeta se despede,
daqui a três dias fede
seu poema inacabado.