TROVAS (dezessete) -17-04-2012
TROVAS (dezessete) -17-04-2012
Afastado do caminho
Das regras do bom viver
Rouba coisas do vizinho
Não pensa em se converter
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Se o mundo fosse perfeito
Não existiriam mazelas
Se tudo fosse direito
Que seria das sovelas
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Nesta selva de animais
Cada um faz o que quer
As regras são desiguais
Pra cumprir o seu dever
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Já fui manso cordeirinho
Já urrei como leão
Agora que estou velhinho
Sou um trapo em tua mão
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Quem tudo quer nesta vida
Nada leva pro além,
A bagagem proibida,
Nesta terra se detém
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No mundo da hipocrisia
O fingimento é total,
Vai da infame vilania
Ao desregramento moral
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Tem gente que nesta vida
Passa o tempo ao deus-dará
Na velhice, arrependida
Ser jovem, desejará
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Para não sentir saudades.
Fechei o meu coração
Nas minhas leviandades
Fiz explodir um vulcão
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Saudade, é água que passa
E volta de novo a passar
Dor que o coração trespassa
Se ela for do verbo amar
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Bate forte o coração
Sinto dele o palpitar
Quando a voz da paixão
Está-me a assediar
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Viver é doce magia
Se a alegria nos compraz
Cultuando o dia a dia
De tudo, somos capaz
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A vida é uma surpresa,
A cada dia que passa
Aos ricos, o pão na mesa
Aos pobres, só a desgraça
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Nas agruras desta vida
Por maus bocados passei
A volta foi atrevida
Pra chegar, onde cheguei
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Tu, és a luz da esperança
Esperança que não tem fim
Tu, és a luz da bonança
Nesse celeste jardim
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De viver em desamor,
Na vida já me cansei
Eu espinho, tu a flor
Agora a ti me entreguei
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Cansada de me amar,
Jogaste-me na fogueira
E as cinzas, foste buscar
Pra arear a cafeteira
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A tua delicadeza
Na verdade, não condiz
Com essa vil esperteza
Duma mulher meretriz
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São Paulo, 17-04-2012
Armando A. C. Garcia
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