ÓPERA SÃO PAULO
Cidade de tantos contrastes...
São tantas as diferenças!
Do branco, do negro, amarelo...
Vermelho...e demais descendências!
Cidade dos braços abertos
Do coração altruísta,
O palco de todas as artes
“Paulista”...dos malabaristas!
São Paulo de todas as horas...
Jamais pára pra descansar,
Cenário da mais bela ópera
No “ato” do eterno sonhar.
Dourando cedinho o trabalho...
Aqui, o sol já nasce altaneiro!
É gente num imenso baralho
Parece até formigueiro!
Cidade que inspira a poesia
Cantada no verso e na prosa...
Nas rimas do “Sampa” de Caetano,
No choro de Adoniran Barbosa.
São Paulo das grandes avenidas
Do transito...da poluição...
Ás vezes parece ser fria,
Mas sempre nos estende as mãos!
Há clubes, museus...há teatros
Cinemas ... raros ares campestres...
Atletas atravessam a cidade,
E o tempo...pela “São Silvestre”.
Há preços pra todos os bolsos...
As compras têm vários caminhos,
Dos shoppings... a Vinte e Cinco de Março...
Passando pela José Paulino.
Capital tão diversificada...
Local onde tudo incide!
A moda é também requintada,
Já temos até “fashion week”!
São Paulo da boa comida...
Gourmets internacionais!
Nas cenas surrealistas,
Destinos são tão desiguais!
Encena-se também a São Paulo
Da fome, da dor, do abandono...
Num ato tão tristemente
Crescente ao longo dos anos!
Artistas de faces suadas...
Vão sonho...tenaz migração,
Que escondem a voz embargada,
Traídos pela sedução.
São Paulo da criança esquecida
Perdida nos faróis da cidade,
Das faces empedernidas
Da droga ...da insanidade...
São Paulo dos becos escuros
Do lixo nos mananciais...
Dos lares sob viadutos...
Violência...anseio por paz!
São Paulo da bala perdida...
Do grito que ecoa no ar,
É o outro lado da vida...
O ato do triste encenar!
Enfim.....eis a minha cidade!
Do Pateo aos dias atuais,
Lugar onde as diferenças
Coexistem... pois são todas iguais.
SP, 25/01/2006
Nota: Poema publicado na coletânea "A PIZZA LITERÁRIA/SOBRAMES/2006". Texto de abertura da AMOSTRA ARTÍSTICA/SOBRAMES/CASA DA FAZENDA/SP/JUNHO DE 2006.