Sou o surrado moletom.

Sou o grito da coruja

Na madrugada sem lua

A enxurrada de agua suja

O desnivel da tua rua.

Eu sou o salto catorze

Da tua sandália prata

Sou um sino de bronze

A lembrança que maltrata.

Sou o teu vestido verde

Um bracelete de madeira

Um bem-te-vi com sede

O vento forte na paineira.

Sou o surrado moletom

A tua roupa de academia

Sou o brilho claro do batom

A tabua de carne na tua pia.

Sou o mel do teu olhar

O desalinho do teu cabelo

A clara noite de luar

Sou um ardoroso apelo.

Pedro Nogueira
Enviado por Pedro Nogueira em 23/03/2012
Reeditado em 23/03/2012
Código do texto: T3571961
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