ACALANTO SENTINELA
I
Dois olhinhos fulgurantes
Qual faróis a espreitar,
Assustados com o horizonte
Aos pouquinhos a clarear.
II
Bem postada no seu turno
Imponente, sem piscar...
É qual um guarda noturno
Tudo,tudo...a controlar!
III
No telhado lá no alto
Entre galhos a balançar
Mal consigo observá-la...
Ofuscada ao luar.
IV
Em vigília pela noite
Todo o tempo a cantar,
Embalou novos amores...
No acalanto, fez sonhar.
V
O seu timbre é meio rouco
Mau agouro faz lembrar...
Mas eu sei que é só seu jeito
Acordado de roncar.
VI
Lá pras tantas abro a janela...
Já com o sol a estalar,
E a coruja sentinela
Desistiu de me ninar!
UCHOA, 25/05/2005