Sou a permissão concedida.
Sou o sina da capela
A curva de uma estrada
Apaixonado por uma bela
Um trovador da madrugada.
Sou o grito da coruja
Quando a lua se esconde
Sou o rio que o homem suja
E por esse crime não reponde.
Sou uma boa intenção
Um coração enamorado
Sou o valor da proteção
Um envelope lacrado.
Sou alguem que escreve
Sobre a flor da paineira
E o carinho que me deve
Essa guria meiga e faceira.
Sou a lua refletida
Na mansidão de um lago
Sou a permissão concedida
Sou ternura e sou afago.