Não importa o que acontecer.
Eu sou o fio da navalha
A chuva mansa no telhado
Sou as folhas secas na calha
Sou um lindo vaso trincado.
Eu sou a lende de uma lupa
Uma blusa desbotada
Sou o pedido de desculpa
Sou a paixão desenfreada.
Sou uma ave de rapina
Um trovador de verso singelo
Apaixonado por uma menina
Que nada eu já vi de mais belo.
Sou o medo da noite escura
E um amanhecer risonho
Sou um momento de ternura
E a incógnita de um sonho.
Tudo que você quizer eu sou
E muito mais posso ser
Ao inteiro dispor do amor estou
Não importa o que acontecer.