Revolta
Que interesses instalados
sufocam as caminhadas
das levas de deserdados
à deriva nas estradas?
Quem quer pintar os redis
de bucolismos e de ouro
e diz que a rês é feliz
quando a espera o matadouro?
Quem canta loas à lua
e não vê, no chão, cativa,
a vergonha nua e crua
da miséria em carne viva?
Trovador ao cadafalso!
Em vão será o castigo.
A forca não fará falso
o quão de verdade digo.
José-Augusto de Carvalho
1 de Janeiro de 2007.
Viana * Évora * Portugal
Do livro em construção:
O MEU CANCIONEIRO
Parte III, Cantigas de escárnio e maldizer