MÃOS QUE PEDEM
Me dá um dinheiro moço
Pede a menina na sinaleira
Mãozinha estendida
No olhar só tristeza.
Moço fecha o vidro
A lhe negar a esmola
Resmunga dentro do carro
Devia estar na escola.
Ela entende o resmungo
E dá tempo responder
Se não levo o dinheiro
Meu pai vai me bater.
É assim o dia dia
Dos nossos pequenos pedintes
Leva o que ganha pra casa
E volta no dia seguinte.
E tudo recomeça
No amanhecer do dia
As mesmas crianças
Que não têm alegria
Só comem migalhas
E a palavra não
As mãos sempre estendida
Mendigando o pão.
Nada disso se muda
É pesada a cruz
Vinde a mim as criancinhas
Disse uma vez Jesus.
Por isso peço a Ele
Que Olhe por esse ser
Tão inocentes pequenos
E tão tristes o seu viver.