Bastião e Mariazinha XII

Nunca mais vi Mariazinha

Aquela que ama o Bastião

Mas soube de antemão

Que vive nas pradarias

Atravessando invernias

Como sempre foi: só coração!

Mas, não chora mais a mulher

Nem lamenta mais sua estrada

Sabe que foi desprezada

Pela lábia do insensato

Que com seu fino trato

Largou-a abandonada!

Compreende agora a pequena

Que nunca foi mesmo amada

Mas que sempre foi usada

Por quem até a alma amou

E tanto amor dedicou...

Sem em troca pedir nada!

Dele nem se ouve falar

Dizem que vive solito

Alguns até ouvem seu grito

Pois fala de forma normal

Parecendo cumprir função social:

- O amor é lenda! É um mito!

Penso neles de quando em quando

Relembro a história dos dois

Que não aconteceu, não foi

Como se a felicidade...

Apontasse só uma verdade:

Amor? Deixa prá lá! Prá depois!

E assim sigo minha vida

Tentando ser diferente

Plantando do amor a semente

Nas terras do coração

Acreditando que neste torrão

Ele nunca esteja ausente!

É assim é a vida, amigos...

Tanta coisa que acontece

Desde que o dia amanhece

Até o emborcar do sol

Vamos colhendo arebol

E o tempo de nós se esquece

E é neste passar das horas

Que a alma doce se entrega

E a bruta saudade governa

Todo e qualquer sentimento

Fazendo crescer dentro do peito

O amor que ali é luzerna!

Maria
Enviado por Maria em 01/11/2011
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