A CEGA

Autor: Edson Neto

João Vilela foi um moço

Vitima de preconceito

Por ser muito feio, embora

Fosse educado e direito.

Este rapaz horroroso

Ganhava na gentileza

Mas isto de nada vale

Pra quem só quer ver beleza.

Com ele ninguém falava

Quem então lhe dava trela

Apenas sua mãezinha

Amava João Vilela.

Pois ela lhe conhecia

Sem ligar para a feiúra

Via toda boniteza

Dentro desta criatura.

Procure ter uma idéia

Da feiúra deste ser

Imagine a sua imagem

Pelo que vou descrever.

Ele era torto e zanolho

Andava feito capenga

Tinha uma parte careca

Que mais lembrava uma quenga.

Todo cabelo que tinha

Era por trás que ficava

Impossível de ver água

Pois ele não se molhava.

Dentuço e da boca torta

A face esquerda era inchada

Mas a direita era funda

Tinha uma venta amassada.

Com olhos esbugalhados

Tendo a cara bem vermelha

Mas um lado do seu rosto

Lá não tinha sobrancelha.

Tinha a boca toda roxa

O indesejado colega

Não sei por que lhe chamavam

Tanto de mucuim brega.

Mas aconteceu com ele

De conhecer uma fada

Uma mocinha tão linda

Amorosa e desejada.

Ela que tinha chegado

Para estudar numa escola

Conheceu João vilela

Aquém deu bastante bola.

Tudo começou por que

Dela gostar do João

Foi devido está perdida

Ele então lhe deu a mão.

Quando nessa escola foi

Neste tempo, ela novata

Não conhecia este prédio

Ele ajudou esta gata.

Levou ela para sala

Fez tudo para prover

Seu bem estar, lhe ensinando

Como devia fazer.

Procedeu este rapaz

Sem um pingo de beleza

Mostrando sua elegância

Através da gentileza.

Isto foi tudo pra moça

Viver tão agradecida

Que por ele terminou

Ficando toda caída.

Quem via não entendia

Pirava com o fator

Dela declarar bem alto

Chamar-lhe de meu amor,

Chegando até ocorrer

Dela ter amor profundo

De casar com este moço

Mais horroroso do mundo.

Foram saber por que ela

Gostava deste colega

Logo descobriram que

A dita moça era cega.

Edson Neto
Enviado por Edson Neto em 06/10/2011
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