BAÚ DE TROVAS [LXVII]

1. BEIJA-FLOR

O néctar dos beijos teus,

igual à seiva da flor,

é que nutre os lábios meus

– e tu és meu beija-flor.

2. ELEGIA

Longe, na periferia,

o sino do campanário

toca plangente elegia

à morte de um operário.

3. INDEFINIÇÃO

Meu amor por ti é sina,

ou mero xodó, normal?

Sei só que tu, oh menina,

já és meu bem e meu mal.

4. POETA

Um poeta tem no peito

como a chaleira que ferve;

quanto mais fervura, a jeito,

tanto mais lhe vem a verve.

5. TROVA

A trova traz um problema:

rueira, só bate perna,

porém, se nas ruas rema,

já será sempre moderna.

Fort., 22/08/2011.

Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 22/08/2011
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