TROVAS VARIADAS...
Nessa ausência tão sofrida
que o “ciúme” nos impôs,
vejo o grande mal que a vida
fez na vida de nós dois.
Quando de um amor me aparto,
em tristezas me esparramo:
bebo sozinho em meu quarto
as lágrimas que eu derramo!
Numa combatividade,
cheia de brilho e de glória,
saber perder, na verdade,
é também uma Vitória!
Fiz minha casa de barro
ao lado de uma favela.
Lá fora, eu sei, não tem carro,
mas tem amor dentro dela!...
Sua ausência, por maldade,
deixou, talvez, por vingança,
um punhado de saudade
dentro da minha lembrança.
Quem se entrega a solidão
e dela se faz refém,
anda em meio à multidão
mas não enxerga ninguém!
Após causar desencantos
e nos fazer peregrinos,
a seca faz chover prantos
nos olhos dos nordestinos...
Como quem faz sua escolha,
disfarçando o desatino,
arranquei folha por folha
do livro do meu destino!
O Deus que fez lago e monte,
que fez céu, mar, noite e dia,
fez do poeta uma fonte
por onde jorra poesia...
Se a inspiração me emitir,
todo dia, idéias novas,
brevemente irei abrir
um Shopping Center de Trovas!