trovas

Eu já fui à sua casa

E já sei o que ela é.

A fartura que vi nela

Foi pulga e bicho de pé.

Adeus, para sempre adeus!

Ingrata sem coração:

Tu és pia de água-benta

Onde todos põem a mão.

Eu recuso mulher nova,

Que é espelho dos enganos:

Quero uma velha bem velha

De vinte, ou vinte e dois anos

Tanto limão, tanta lima,

Tanta silva, tanta amora,

Tanta menina bonita...

Meu pai sem ter uma nora!

Quem quiser ter vida longa

Fuja sempre que puder

De médico, boticário,

Melão, pepino e mulher!

Eu jurei de nunca mais

Dizer adeus a ninguém.

Quem parte leva saudades,

Quem fica não vai no trem.

Todo sujeito sensato

Sabe a verdade de cor:

A mulher bela, de fato,

Sem fato fica melhor.

Vou-me embora, vou-me embora,

Para aqui não volto mais,

Que eu não sou bonde da Light,

Que vai pra diante e pra trás.

Quem fala de mim, quem fala

Quem fala de mim, quem é?

É algum chinelo velho

Que não me serve no pé.

Quero cantar, ser alegre

Que a tristeza não faz bem;

Inda não via tristeza

Dar de comer a ninguém.