PÉROLAS DE CARANANDUBA - Canto nº 4
INSPIRAÇÃO
Pousa leve n’alma minha,
alma imensa (universo),
na linha reta do verso,
uma ave ribeirinha.
O AMOR DE HOJE CEDO
Antes mesmo da neblina
se atocaiar no caminho,
teu sexo, verbo-espinho,
no meu sexo se confina.
ESTRADAS
São estas linhas, mormente,
versos repletos do nada,
sobre o chão da velha estrada
clarão de lua silente,
BODAS
Depois de passados dias
corro a mão sobre teu rosto,
só bem percebo desgosto,
saudades, melancolias.
PRAÇA DO RELÓGIO
Hoje o tempo está parado,
Baía do Guajará,
quilha, mulher, araçá,
relógio desconsertado.