JB XAVIER - UBT - São Paulo-SP

Aniversário: 19 de novembro

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Um sorriso, uma indulgência
um gesto ingênuo de adeus...
por onde houver inocência
Há um pedacinho de Deus... 

Não há dor mais dolorida
do que a tristonha aparência
de quem matou pela vida
a sua própria inocência

Não haverá sociedade
que possa ser construída
sem a fé na humanidade
e o respeito pela vida!

Solta o amor que tanto amaste
e que preso mantiveste.
Se voltar o conquistaste,
se se for, nunca o tiveste...


Hoje trago na lembrança
uma dor que sobrevive
num fiapo de esperança
pelo amor que nunca tive

Segue a vida o seu encanto,
às vezes nem merecido,
cantando o seu acalanto
para o mundo sem ouvido...
 
Sublime, a rosa sem jaça
lança ao lírio seu perfume
e o vento brando que passa
aspira, pleno de ciúme...
 
No volteio dos ponteiros
num sublime amanhecer
os minutos sorrateiros
não me deixam te esquecer...
 
bem que tentei. Tentei tanto
te esquecer, sem conseguir.
E em mim, por este meu pranto
continuas a existir

Nesta luz que escurecia
meu passado futurista
a plenitude vazia
dava a derrota à conquista.
 
Dando-me adeus, o acalanto
retirou-me a claridade
deste amor, que por meu pranto,
já começou com saudade.
 
De tudo, apenas a dor
e um triste acalanto restou
do que foi um grande amor
que existiu e que acabou.
 
Acalanto, graça plena,
de um amor que não esqueço -
tempestade na serena
bonança que não mereço
 
Sem ti minha vida passa
sem o riso e sem o canto
qual brilhante, que sem jaça
é meu eterno acalanto...
 
Cristo morreu numa cruz
e de Maria, o seu pranto,
até hoje em nós reluz
como um divino acalanto.
 
Doce acalanto, a Verdade,
escorreu daquela cruz,
redimiu a humanidade
e levou-a para a Luz!
 
Um filho a dormir, e ao peito,
um livro aberto caído,
é o acalanto perfeito
que um pai sonha, agradecido...
 
Filhos felizes, sorrindo,
em alegre correria
são o acalanto bem-vindo
do amor, colorindo o dia...
 
Mesmo na rua, o mendigo
que moureja, e cujo pranto
grita pedindo um amigo,
é o mais sublime acalanto!
 
Pensemos bem, porque a vida
se feliz, com graça e canto,
se infeliz ou se sofrida
é o mais sublime acalanto!
 
Agradece todo dia
por teu riso e por teu pranto,
porque Deus não te daria
senão um doce acalanto...
 
Quem compõe versos amenos
Que os acalantos coleta,
Parece que morre menos
Como nos disse o Poeta...
 
A mais formosa das flores
não emite um só queixume
e mesmo por entre dores
não se extingue o seu perfume



 
UBT
Enviado por UBT em 28/06/2011
Reeditado em 21/01/2014
Código do texto: T3061553
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